A sua cultura não lhe permitia progressão, seu país não o dera atenção, onde estavam os governantes, líderes e cientistas, ídolos e calculistas ? Ele não tinha. Não tinha alguém para firmar ou depositar sua confiança e muito menos um amigo que viesse na lembrança.
Viu naquele momento uma grande oportunidade, pegou seu chapéu, a única veste do corpo e foi em busca da verdade. Mãe, pai, vou salvar nossa família, vou para São Paulo, mas pra casa volto um dia!
Naquele momento, se deixava levar por vontade própria, com a promessa de encontrar algo melhor, que vingasse seu destino, irônico, mas você pode ajudá-lo?. Sua família deixara, e só levaria lembranças, aquelas que restaram no coração.
No caminho, saudades do seu nordeste, mas do que adiantaria, se naquela terrinha, pão e vinho não tivesse?
Na chegada, que recepção, vamos comemorar a colheita da salvação. Recebeu seus equipamentos: luvas, caneleiras e facão. Com um chapéu leve de palha se infiltrava no plantio, guerreiro, forte e valente, como ele não existiu. Já havia sentido o gosto de sangue na garganta, acompanhando de um trovão que vinha lá debaixo, o trovão da fome.
Isto já não sentiria, pois tinha plena consciência, que seu esforço valeria. Apenas neste sentido, pois ainda tinha seu bicho-de-pé, ainda sentia o peso de uma vida nordestina, mas tomava seu café.
No final da tarde, recolhia os materiais, vamos para o alojamento, não como animais, nojentos, como as más línguas diziam, mas como batalhadores, que não tiveram a vossa oportunidade e muito menos tempo de sentir saudade. No seu inconsciente, mesmo que despercebido, havia um espírito carente. Nos seus sonhos vinha-lhe o movimento repetitivo do facão, acertando seu alvo em cheio, este alvo nada seria, se não fosse tão usado, como uma garantia, por você homem paulista, sua mãe e sua tia.
Havia fuligem, queimadas e poluição? Mas no fundinho ele sabia, que tudo mudaria, com novas tecnologias, mantendo a produção.
Como um pobre cortador, tinha sua cultura, não tão crítica como a sua. Mas podia compreender, que dentro de pouco tempo, acabariam as queimadas, chegariam novas máquinas, e a colheita seria mecanizada. Ele não tinha as suas mesmas preocupações, homem paulista, a verdade era uma só, enquanto você sente dó, ou iria até o final, ou voltaria, para virar estatística, de um impacto social.
Numa bela manhã de sol, acordou com o seu companheiro nordestino que dizia:
_ Acorde José, hoje é o seu dia.
Não seria um bom fotógrafo, com belas fotografias, mas com a boa imagem que transmitia, garantiu o seu sucesso, nos bastidores da empresa, esta que o contrataria.
Lá estava um diretor, responsável até então, com seu breve conhecimento, uma atitude de valorização:
_ José meu caro homem, aperte a minha mão, você será contratado para o meu setor, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Terá a grande oportunidade da tua vida, terá curso e preparação, pelo mérito de homem, torna-se um grande campeão.
O tempo vai passando, José vai se superando e crescendo, assim como setor, amadurecendo. A queimada diminui, responsabilidade ambiental e social se atribui. Em breve meu amigo, meu grande irmão, de coração, herói ou vilão? Você não terá mais esta preocupação. Negatividade, pessimismo e poluição, deverá se preocupar, com o povo nordestino, com trabalho e destino, para esta população;
Critique sem pensar, até o futuro começar. Pois se não existir consciência de valorização, oportunidade e especialização, aqueles homens, continuarão em busca daquilo que não exige percepção. Apenas sua força, que busca no coração.
Não precisa atirar sua tentação. Eu sei bem que José Costa era uma contradição, mas ele acreditava na ciência e produção, é por isto que hoje, sustenta sua família, mãe, pai e irmão. Que vivem lá no nordeste, aguardando este menino, que com fé, esperança e crença, fez a diferença.
Entre rimas e anedotas, trago esta breve resposta, não querendo alfinetar, mas como um simples propósito, de provar, que ciência é isto, sem sentimento, ou sensacionalismo, é evolução, descobertas e dedicação, não uma breve história sem um pingo de atenção. Fale com a alma menina, você tem este direito, ninguém é perfeito, mas não se esqueça da razão, o que seria o seu bombom, sorvete e refeição, sem o açúcar destas mãos. E seu carro companheiro? Aquele combustível, que no preço é pioneiro. Como seria sem ele? Num momento de desespero.
AUTOR: CARLOS SIVÉRIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário