sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lei Seca versus Casamento

Carlos Nogaroto - http://nogaroto.wordpress.com/

Lá se vão dois meses da implantação da “Lei Seca”. Parece que o objetivo pretendido pelo Governo está sendo alcançado. O número de mortes nas estradas federais no mês de julho, período de férias escolares, teve queda de 14,7% em relação ao mesmo período em 2007. E olha que em paralelo a isso houve um aumento no número de veículos nas estradas. A frota brasileira cresceu 27% no mesmo período.
Quem não está gostando muito disso tudo são os donos de bares e lanchonetes. Um amigo meu, vendedor de uma distribuidora, disse que já nas primeiras duas semanas os botequeiros diminuíram em 25% as compras de bebidas.
Até a indústria está sentido os efeitos da lei. Você já notou as propagandas na TV? Todas as marcas de cerveja estão incentivando que os grupos de bebuns elejam um membro para tomar suquinho durante os encontros. Alguém tem que ficar sóbrio pra enfrentar o bafômetro.
Agora, um outro efeito está surgindo com a proibição, ou melhor, com o aumento na rigidez na fiscalização no nível etílico dos motoristas. Prá evitar o descômodo de se deparar com uma blitz, muitos trabalhadores estão abarrotando as geladeiras de casa com cerveja. Aquela paradinha pra aliviar a tensão do dia-a-dia, que antes se dava no barzinho da esquina, agora acontece em casa.
As donas de casa que já sofriam com os maridos chegando em casa pra lá de Bagdá, agora estão tendo que trabalhar de garçonete. É mole, ou você quer mais? O cidadão abre o portão, se derrama no sofá e ergue a mão pedindo: ô chefia! Traz aquela uma! Resultado: briga feia.
Eu tenho uma sugestão para os publicitários. Façam outdoors com a seguinte frase: O Ministério da Cachaça adverte: a Lei Seca acaba com casamentos.

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